Na última segunda-feira (7), o lançamento da biografia “O Sambista Perfeito”, escrita por Marcos Salles, reuniu amigos, familiares e admiradores de Arlindo Cruz em um evento especial no Rio de Janeiro. Um dos momentos mais tocantes da noite foi protagonizado por Babi Cruz, ex-companheira do artista, que abriu o coração ao relembrar os 40 anos de história vividos ao lado do cantor.
Emocionada, Babi falou sobre a intensidade da convivência com Arlindo, marcada por amor, entrega e parceria. “A vida nos ensina a escolher o que faz bem. Aprendi a manter perto o que alimenta a alma e deixar ir o que machuca. Nosso relacionamento sempre teve o amor como base, mesmo em meio aos desafios”, refletiu.
Babi conheceu Arlindo ainda na adolescência e construiu com ele uma família, uma vida e uma trajetória repleta de dedicação. “Hoje tenho 54 anos e posso dizer que vivi para ele. Abri mão de muitas coisas, fiz da carreira dele minha missão, criei nossos filhos e me orgulho disso. Ver essa história registrada em um livro é como eternizar tudo que vivemos”, afirmou.
Com os olhos marejados, ela também compartilhou um desejo íntimo. “Se a vida me der outra chance, quero viver esse amor mais uma vez. Ele foi, sem dúvida, o amor da minha vida.”
Além de contribuir com a biografia, Babi segue à frente de outros projetos que mantêm viva a memória de Arlindo Cruz. Ela foi a responsável por levar a história do cantor para o enredo da escola de samba Império Serrano e, atualmente, está envolvida em novas iniciativas, como um documentário, uma peça teatral inspirada no livro e um futuro longa-metragem.
“Arlindo é uma fonte inesgotável de histórias. Já estamos reunindo material para o documentário e pensando em um filme de ficção. Queremos que a história dele ultrapasse fronteiras. O livro será traduzido para o francês e o japonês — ele merece ser conhecido pelo mundo todo”, revelou com entusiasmo.
A noite de lançamento foi marcada por carinho, lembranças e homenagens. E, acima de tudo, reforçou o legado de um artista que transformou o samba em poesia e deixou sua marca eterna na cultura brasileira.